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Qual a hora certa para ter filhos? Existe um momento ideal para ‘pausar’ a carreira?

  • Foto do escritor: Gisele Fortes
    Gisele Fortes
  • 11 de dez. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 11 de abr.

Esse tema sempre povoou os meus pensamentos e me gerou dúvidas. Como a maior parte das mulheres atuais, foquei na profissão, no crescimento profissional e na busca pela tão sonhada estabilidade financeira.
Sempre fui comprometida e entregue aos desafios que apareceram no meu caminho e, graças a isso, conquistei uma carreira sólida e bem-sucedida. Os anos foram passando e nunca chegava o momento certo para ter um filho. Sempre havia um novo desafio a vencer ou algo diferente a ser conquistado. Com isso, fui parar para pensar no assunto com mais de 35 anos e descobri uma série de problemas de saúde que poderiam, inclusive, me impedir de ser mãe. Depois de muitos percalços, fui abençoada com uma gravidez dupla: gêmeas univitelinas!


Tive uma gestação complicada, repleta de riscos e de cuidados, mas, mesmo assim, trabalhei com afinco até o limite tolerado pelos médicos. Realizei meu sonho, curti minhas filhas e, quando já estava ansiosa para voltar a trabalhar, fui demitida sem nem poder voltar à ativa.

Comecei a pesquisar sobre o tema e fiquei muito espantada ao ver estudos que apontam que isso ocorre com 40% das mulheres, em média. Ou seja, em pleno momento de empoderamento feminino e de luta por direitos igualitários, quase metade das mães são afastadas de seus empregos ao voltarem de suas licenças-maternidade.

Aí, o que acontece?

Estamos mais maduras, mais experientes, temos cargos mais altos e, consequentemente, nossa recolocação é muito mais difícil.

É inevitável questionar: será que valeu a pena a espera pelo ‘momento certo’?

Existe mesmo uma hora ideal? Muito sinceramente, acredito que essas são perguntas sem respostas corretas. Cada um tem o seu próprio contexto familiar e possui valores, prioridades e sonhos particulares. E tudo isso precisa ser levado em conta na hora de uma decisão tão importante e definitiva.

O que não pode acontecer, em hipótese alguma, é a mulher se tornar descartável porque se ausentou, por alguns meses, para ser mãe. O seu valor e a sua importância como profissional continuam existindo e têm que ser valorizados. Não somos uma coisa ou outra: para ter uma carreira não temos que abdicar de sermos mulheres (e vice e versa).

Exercemos uma grande variedade de papeis e é exatamente esse conjunto diverso de atuações que nos torna ainda mais interessantes, competentes e indispensáveis.

Muitas empresas já estão no caminho certo e valorizam – e muito – o talento feminino, inclusive nos cargos de chefia. A consultoria Great Place to Work realizou, este ano, a segunda edição do GPTW Mulher, uma versão especial do já renomado prêmio, tendo como foco as melhores empresas para as mulheres trabalharem no Brasil. Na matéria da revista Época, é possível ler detalhes sobre o ranking, incluindo os diferenciais das organizações vencedoras.

Faço questão de externar a minha admiração pelas empresas premiadas, com destaque para as cinco melhores de 2018 (Laboratório Sabin, Accor Brasil, Tokio Marine Seguradora, IBM Brasil e Itaú Unibanco) e as cinco vencedoras de médio porte, com até 1000 funcionários (Ford Credit, Pandora do Brasil, Aspen Pharma Brasil, Mastercard e Bristol-Myers Squibb). Parabéns aos executivos que estão no comando dessas instituições e aos profissionais de Gestão de Pessoas que fazem tudo isso acontecer.

Tomara que as demais organizações sigam esses valiosos exemplos e percebam o enorme potencial do perfil multifacetado das mulheres, sejam elas mães ou não.

Gisele Fortes

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